Vamos desmitificar esse romantismo do TDAH na Vida Adulta, e conhecer a realidade das perdas x nova realidade. A realidade do “hoje” faz com que muitos se enquadrem dentro do transtorno sem ao menos buscar ajuda profissional. Tudo se tornou imediatismo, tem que ser para agora, não tem tempo para erros, temos que dar conta de 1001 tarefas diárias, informações chegam de todos os lados e chegam distintas, temos que processar a melhor “verdade” em questão de segundos para tomar decisões, esse “HOJE” chegou para todos bem rápido. É normal estarmos mais dispersos, esquecidos, distraídos ou acelerados, Essa é uma das muitas razões que não dá para me autodiagnosticar. Mais informações dos transtornos que podem se confundir Clique Aqui.
“Porque Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação.” (2 Timóteo 1:7)
Esse versículo nos lembra que Deus nos criou com força, amor e equilíbrio. Se, por anos, você se sentiu inadequada, dispersa ou diferente — pode ser que seu TDAH esteja falando, mas sua essência continua forte. O que te enfraquece não é quem você é, mas a falta de entendimento e acolhimento com o que faz seu cérebro funcionar de outro jeito.
Informação que surpreende
A busca por “TDAH em adultos” cresceu em média 270% entre 2019 e 2023 em 19 de 20 países pesquisados — não porque a condição aumentou, mas porque as pessoas começaram a entender que sim, o TDAH pode persistir na vida adulta Qbtech
— Sintomas adultos são diferentes
Enquanto crianças mostram hiperatividade visível, adultos geralmente lidam com inquietação mental, esquecimento, dificuldade em cumprir prazos… e o peso emocional de se julgar inadequada. entender isso muda tudo.
Minha Jornada até o Diagnóstico de TDAH
Desde muito nova, passei por avaliações psicológicas. Lembro que, aos 12 anos, minha mãe me levou ao pediatra, mas não quis me levar ao psiquiatra. Naquela época, muitos pais tinham medo do preconceito — achavam que seus filhos seriam vistos como “problemáticos”.
Naquele tempo, falaram em Dislexia (saiba mais aqui). O que parecia ser apenas uma dificuldade específica trouxe grandes perdas ao longo da minha vida. Eu estudava, me esforçava, tinha vontade de aprender, mas não conseguia alcançar resultados.
A impulsividade, que depois descobri estar ligada ao TDAH, me fez abrir mão do sonho de cursar uma faculdade. Isso me trouxe frustração por muitos anos.
Quando a Frustração Vira Depressão
Ninguém gosta de se frustrar, mas para quem tem TDAH esse peso é muito maior. Sem diagnóstico, a sensação de incapacidade me levou à depressão. Eu começava projetos, fazia muito bem, mas desistia no meio do caminho. Mesmo com apoio das pessoas, os motivos que eu criava pareciam sempre maiores do que realmente eram. Durante essa fase, tive pensamentos suicidas e algumas tentativas. Hoje acredito que Deus interveio em todas elas.
👉 A impulsividade, quando somada a sintomas como depressão, ansiedade e frustração, pode causar danos graves e até irreparáveis.
Minha mente vivia acelerada, cheia de ideias que eu não conseguia concluir. Recebi diagnósticos de Bipolaridade e, mais tarde, de Síndrome do Pânico.
Cheguei a iniciar faculdades de áreas que me interessavam, como Nutrição e Direito, mas não conseguia dar conta das avaliações e desistia. Cada diagnóstico me trazia a esperança de finalmente “desacelerar a mente”. Mas nada resolvia de fato. As medicações ajudavam em alguns sintomas, como a ansiedade, mas desencadeavam outros. E assim, as frustrações só aumentavam.
A Raiz de Tudo: o TDAH
Foi apenas anos depois, ao estudar mais sobre o assunto, que perguntei à minha psiquiatra:
“E se eu tiver TDAH?”
Demos andamento aos testes e, enfim, chegamos ao diagnóstico certo. O TDAH é como a raiz de uma árvore. Todos os outros transtornos que fui acumulando eram apenas galhos. E de nada adianta cortar os galhos se a raiz continua lá — eles sempre voltam a crescer.
Fechar o diagnóstico aos 44 anos transformou a minha vida. Iniciar o tratamento correto trouxe uma sensação indescritível:
“A vida sempre foi assim? Em que mundo eu estava?”
Não é exagero. Mas deixo um alerta: não se autodiagnosticar.
Se algo parece fora do padrão, busque ajuda profissional. Talvez você pense: “Mas você buscou ajuda desde cedo e mesmo assim não funcionou?”
A verdade é que os profissionais trabalham com as informações que damos. Alguns detalhes podem ter passado despercebidos, ou alguns médicos podem ter errado — afinal, eles também não são infalíveis. O importante é: se eu não tivesse buscado ajuda, minha mente ainda estaria perdida.
Hoje sei que tenho alguns transtornos associados ao TDAH, como:
- TPAC – Transtorno do Processamento Auditivo Central;
- Dislexia – dificuldade de leitura e linguagem escrita;
- Borderline – instabilidade emocional, impulsividade, relações conturbadas.
Imagina lidar com tudo isso junto? Os profissionais foram fundamentais nesse processo. Mas, acima de tudo, sem Deus, eu ainda estaria perdida.
Viver com TDAH não significa ser menos — significa apenas que sua mente precisa de estratégias diferentes. Com autoconhecimento e apoio — emocional e espiritual — o que antes parecia inadequação pode virar superpoder de atenção, criatividade e profundidade.
Para refletir e compartilhar
Você já sentiu algo “diferente”, que vai contra o que você gostaria de pensar ? Você sente que pode ter algum transtorno? Você também teve algum experiência de descoberta? O que mudou quando você entendeu essa parte de você? Compartilhe sua experiência — pode ser um farol para quem se sente sozinha nessa jornada
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